Alternativa que proporciona estéticas mais modernas e sustentabilidade a construções antigas,o retrofit está entre os negócios mais promissores do ano.
A revitalização de prédios com aplicação de tecnologia de ponta, o chamado Retrofit, é uma tendência que vem se fortalecendo no mercado brasileiro nos últimos anos, atraindo a atenção de empreendedores que atuam no ramo da construção civil. A técnica surgiu na Europa, onde 50% das obras utilizam esse método em atendimento à legislação rígida de reparo das construções históricas, e também faz sucesso nos Estados Uni-dos. O Retrofit permite uma releitura de edifícios cuja construção ficou ultrapassada e propõe alterações para atender às necessidades atuais dos usuários, aliando melhoria estética, conforto, sustentabilidade e beleza. Criada em 1982 como uma loja de tintas, em Florianópolis, a Cymaco foi ampliando sua área de atuação ao longo dos anos e se transformou numa empresa de impermeabilização e de reforma de imóveis antigos. No início de 2007, Luciano Tacques Cybulski, dono do negócio, vislumbrou a oportunidade de reformar as áreas comuns dos prédios, redistribuir espaços e transformar os imóveis residenciais em comerciais e vice-versa,tornando a empresa especializada em retrofit.
A ideia deu tão certo que, em 2013, a marca adotou o modelo de franquia, reunindo hoje quatro unidades já em funcionamento (Ara-cajú/SE, Salvador/BA, Curitiba/PR e Balneário Camboriú/SC), além de mais uma que será inaugurada na cidade de São Paulo, em fevereiro. A expectativa é abrir quatro novas franquias ao longo deste ano.“Antes de executar o trabalho, precisamos saber quais são as ‘dores’ do prédio e planejar como ele será no futuro. O trabalho é executado aos poucos, começando pelos problemas estruturais, até chegar ao embelezamento”, explica Cy-bulski, acrescentando quecada R$ 1 mil investidos naobra representam R$ 10mil na valorização. Em mé-dia, o retrofit valoriza o imóvel em 30%. A franquia da marca custa R$ 45 mil e o investimento total chega a R$ 100 mil, capital que é recuperado em cerca de seis a 12 meses. O faturamento anual de cada unidade franqueada pode chegar a R$ 4 milhões. Com mais de 3 milhões de metros cúbicos de projetos executados, a rede faturou no ano passado mais de R$ 14 milhões.
FACHADAS NOVAS
Outra iniciativa bem sucedida neste mercado é a Kiir Fachadas Prediais, especializada em retrofit de fachadas, que nasceu em 1990, em São Paulo, como uma empresa de manutenção residencial. Em 1998, começou a fabricar esquadrias de alumínio para substituição em prédios antigos e, em 2006, fez sua estreia no segmento de retrofit, com a produção de chapas dobradas para fachadas de prédios. “Os benefícios da tecnologia de modernização dos prédios vão da economia de energia elétrica, design moderno e isolamento acústico à valorização do imóvel”, explica Amílcar Crosera, sócio-fundador da Kiir.
O trabalho pode ser executado em três níveis: básico (com revestimento da fachada existente interna ou externamente, sem troca de vidros); intermediário (reveste a fachada e substitui os vidros por novos, laminados e reflexivos); e avançado (constrói fachada nova sobre a existente, reveste internamente e desmonta parte dela na sequência, com substituição dos vidros). Na primeira opção, é mantida a estética original. Nas duas últimas, há alteração.
O valor do metro quadrado varia de R$ 800 aR$ 1mil (básico); de R$ 1 mil aR$ 1,2 mil (intermediário);e R$ 1,2 mil a R$ 1,4 mil (avançado). O retrofit representa 50% do faturamento da empresa, que também atua nas áreas de vedação e de construção de fachadas em obras novas.“O trabalho é feito com todos os condôminos usando o prédio, sem qualquer incômodo. Nós aplicamos um sistema de retrofit patenteado em conformidade comas normas da ABNT”, informa Crosera.
EXEMPLOS DE MODERNIZAÇÃO
>Atualização dos sistemas de segurança, informática e telefonia: muitas empresas e condomínios têm optado por fazer o retrofit da parte elétrica e eletrônica,utilizando um piso elevado, em vez de colocar os cabeamentos pelo forro. Além de facilitar o trabalho de manutenção, o resultado melhora a estética dos andares.
>Programação dos andares: pode ser um projeto visual(estético) ou a redistribuição da área construída, como a divisão de um andar, por exemplo,em várias salas ou apartamentos, alterando a planta original. É preciso aprovar a nova planta na prefeitura. A reforma da portaria, hall e elevadores valoriza o patrimônio.
>Modernização da fachada: colocação de estruturas metálicas ou a troca de vidros e janelas. Alterações mais simples, como a mudança da pintura ou a troca de tintas por pastilhas (evice-versa) também podem ser consideradas retrofit. O objetivo dessas intervenções é estético, mas exige aprovação da prefeitura local.