A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) publicou recentemente a nova versão da NBR 15930-2 – Portas de madeira para edificações – Requisitos. Essa parte da norma define os requisitos para o perfil de desempenho de portas de madeira e a sua respectiva classificação de acordo com o nível de desempenho de ocupação e uso, e foi readequada para atender à norma de desempenho da construção civil (NBR 15575), que foi publicada dois anos depois da norma de portas já existente.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), gestora do Comitê Brasileiro da Madeira da ABNT (ABNT/CB-31), um dos objetivos da revisão foi definir novas tolerâncias dimensionais para o marco da porta, para poder contemplar o uso de novas matérias-primas como pinus e eucalipto, que apresentam características diferentes quando comparado a madeiras tropicais, mas sem afetar o desempenho da porta.
Além disso, foi introduzido na norma de portas de madeira um requisito que considera o uso da porta ao longo do tempo, considerando a exigência de durabilidade. Esse requisito, que contempla ciclos de abertura e fechamento de portas e esforços de manuseio, visa saber qual o comportamento da porta ao longo de sua vida útil. O ensaio permitirá ao fabricante avaliar o uso da porta, nas condições normais de uso, ao longo da vida útil de projeto da porta, como prevista na norma ABNT NBR 15575:2013 – Edificações habitacionais – Desempenho, parte 1, Durabilidade, dando maior segurança e respaldo ao fabricante e aos usuários. Os componentes também serão avaliados em escala real (folha de porta, marco, dobradiças com suas fixações, fechadura, gaxetas ou amortecedores, vedações).
Na avaliação dos empresários que integram o Programa Setorial da Qualidade de Portas de Madeira para Edificações (PSQ-PME), a publicação da norma viabilizará a certificação do kit porta pronta. O Programa tem atuado na promoção da melhoria da qualidade das portas de madeira no Brasil por meio de várias ações que visam o fortalecimento do segmento, a isonomia competitiva entre os fabricantes, a melhoria continua e garantias ao consumidor final. O PSQ-PME se propõe ainda a contribuir para que, cada vez mais, as construtoras especifiquem a compra das portas por desempenho.
Com a publicação da revisão da parte 2, a Comissão de Estudos da ABNT passará agora para uma fase de desenvolvimento dos textos das partes 3 (Requisitos de desempenhos adicionais) e 4 (Instalação e manutenção).
Desenvolvimento das normas técnicas
A elaboração de normas técnicas no âmbito da ABNT é um processo que envolve toda a sociedade por meio de discussões a partir de uma demanda apresentada por qualquer interessado, seja ele representante do setor produtivo, entidades, organismo regulamentador, governo e consumidor. Cabe à ABNT avaliar a pertinência do tema e levá-lo para análise de um Comitê Técnico que irá incluir a demanda em Programa de Normalização Setorial (PNS). Na ausência desse Comitê Técnico é criada uma Comissão de Estudos Especial (ABNT/CEE). As discussões na Comissão de Estudo, composta por representantes de todas as partes interessadas, dão origem ao Projeto de Norma.
Após o debate e consenso entre os participantes, o Projeto de Norma é submetido à consulta nacional. Nessa etapa, realizada pela internet, qualquer interessado pode enviar comentários e sugestões, visando a aprovação ou não do texto. Terminado o prazo da consulta, todos os comentários, que devem ter embasamento técnico, são analisados e respondidos pela Comissão de Estudo responsável. Todos os interessados que se manifestaram durante o processo de consulta nacional são convidados a participar de reunião, a fim de deliberarem, por consenso, se este Projeto de Norma deve ser aprovado como Documento Técnico ABNT. Com isso, o texto é homologado e publicado pela ABNT.
Fonte: Revista Contramarco